Eremildo, o idiota, é um personagem de Elio Gaspari em suas colunas na Folha de São Paulo e no Globo. Pois até o fictício infeliz sabe que, se a publicidade num jornal dessa tiragem custa muito caro, a promoção disfarçada no espaço noticioso (através de resenhas, elogios, citações de marca, etc) ganha um aspecto meio transcendente. O endosso editorial é irresistível para o consumidor informado. Quase não há um texto dominical em que Gaspari não faça menções ao livro eletrônico, citando títulos disponíveis no formato e até rasgando elogios a produtos como Kindle (Amazon) e i-Pad (Apple). Soa esquisito fazer “utilidade pública” citando uma tecnologia desconhecida e inacessível ao assalariado comum, e ainda por cima dominada por um minúsculo cartel de multinacionais. A coisa fica muito pior quando lembramos que essas empresas estão justamente em processo de divulgação dos seus produtos, ávidas por conquistar um mercado multibilionário. Gaspari talvez esteja certo ao louvar as maravilhas do tal e-book. Mas de vez em quando ele poderia lembrar o exemplo de Pompéia, a famosa (e injustiçada) mulher de César.
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ResponderExcluirEremildo, o idiota, é um personagem de Elio Gaspari em suas colunas na Folha de São Paulo e no Globo. Pois até o fictício infeliz sabe que, se a publicidade num jornal dessa tiragem custa muito caro, a promoção disfarçada no espaço noticioso (através de resenhas, elogios, citações de marca, etc) ganha um aspecto meio transcendente. O endosso editorial é irresistível para o consumidor informado.
Quase não há um texto dominical em que Gaspari não faça menções ao livro eletrônico, citando títulos disponíveis no formato e até rasgando elogios a produtos como Kindle (Amazon) e i-Pad (Apple). Soa esquisito fazer “utilidade pública” citando uma tecnologia desconhecida e inacessível ao assalariado comum, e ainda por cima dominada por um minúsculo cartel de multinacionais. A coisa fica muito pior quando lembramos que essas empresas estão justamente em processo de divulgação dos seus produtos, ávidas por conquistar um mercado multibilionário.
Gaspari talvez esteja certo ao louvar as maravilhas do tal e-book. Mas de vez em quando ele poderia lembrar o exemplo de Pompéia, a famosa (e injustiçada) mulher de César.
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